Um dos meus Hinos favoritos é o de número 171, cujo nome é “A Verdade O Que É?”. Na letra de sua música lê-se o seguinte:

A verdade o que é? É o supremo dom que é dado ao mortal desejar, procurai no abismo na treva e na luz, nas montanhas e vales o seu claro som, e grandeza ireis contemplar!

A verdade o que é? É o começo e fim, para ela limites não há, pois que tudo se acabe, a terra e o céu, sempre resta a verdade que é luz para mim, dom supremo da vida será!”

Faço um convite a todos que desejarem ler e participar deste blog: busquemos a verdade, onde quer que ela estiver.

Críticas, comentários e sugestões serão muito bem-vindos, desde que haja o devido respeito. Estou disponível para esclarecer quaisquer dúvidas que meus posts e/ou minhas traduções possam vir a suscitar.

Para quem desejar debater, conversar e tirar dúvidas, este é o e-mail do blog: averdadesud@hotmail.com.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Psicologia da Crença – Justificativa Insuficiente


Abaixo, reproduzo o vídeo que se encontra no YouTube AQUI.

Apesar de estar em inglês, a sua simplicidade e acuracidade, por ser baseado em trabalhos científicos, que são citados, estimularam-me colocá-lo aqui. Ele explica exatamente como funciona o testemunho mórmon.

 
Psicologia da Crença

Dalin H. Oaks, Quórum dos Doze Apóstolos.

"Outra forma de obter um testemunho parece surpreendente quando comparado com outros métodos para obter conhecimento. 

"Nós ganhamos ou fortalecemos nosso testemunho declarando-o. Alguns até mesmo sugerem que certos testemunhos são ganhos quando estamos sobre os nosso pés, prestando-o, do que quando estamos sobre nossos joelhos, rezando para consegui-los."


 
 
Em outras palavras, nós geramos a crença expressando-a.









 




 
 
Neste vídeo, aprenderemos como um efeito chamado "justificativa insuficiente" pode transformar a conformidade pública em crenças reais.






 
 
 
 
 
Considere a seguinte experiência:










 
 
 
Imagine que você será voluntário em um experimento de 2 horas sobre "medida de performance"







 
 
 
 
 
Sua primeira tarefa é colocar 12 carretéis em uma bandeja usando apenas uma mão.






































 
 
 
 
 
Excelente! Agora coloque-os fora da bandeja.























 

 
 
 
Ótimo!

Agora coloque-os dentro da bandeja novamente.





















 
 
 
 
 
 
E assim por diante...







 





 
 
 
Chato, não?








 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pela próxima meia-hora, isso é tudo o que você fará.







 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enquanto isso, uma pessoa de jaleco assiste tudo o que você faz e anota.






 
 
 
 
 
 
A próxima meia-hora é ainda melhor!













É mostrado à você 48 quadrados com setas







 
 
 
 
 
 
 
Usando uma mão, vire todos eles apenas um quarto de uma volta.






 






Usando uma mão, vire todos um quarto de volta.














Ótimo! Agora gire-os novamente.







 
 
 
 
 
 
 
 
 
E gire-os novamente.









 
 
 
 
 
 
 
 
Novamente...








 
 
 
 
 

Quando o tédio está quase te matando, finalmente pedem para que você pare.

Em uma escala de 10 pontos (indo de -5 a +5), por favor dê notas nas seguintes questões:

 
 
 
 
1) As tarefas foram interessantes e prazeirosas?
2) Você acha que as tarefas tem alguma importância científica?
3) Você tem desejo de participar de experimentos similaresno futuro?

 
 
 
 Obviamente, as tarefas são muito idiotas. O que mostra o seguinte ponto:

"O tempo que S passa fazendo tarefas monótonas e repetitivas, tem a intenção de dar ...uma experiência para que ele tivesse uma opinião negativa" 

 
 
 
 
 
 
Portanto, não foi uma surpresa que o grupo controle deu notas muito baixas às questões.






 
 
 
 
 
 
 
Vamos mudar as coisas agora.







 
 
 
 
 
 
Antes de realizar a pesquisa, o cientista pede um favor à você.







 
 
 
 
 
"Veja você, a garota na sala de espera será a próxima a participar do experimento"







 
 
 
 
 
 
"Para o experimento, nós precisamos de alguém que dê à ela uma apresentação positiva das tarefas".






 
 
 
 
"Normalmente, temos um rapaz que faz este trabalho o tempo todo, mas hoje ele está doente"






 
 
 
 
 
 
 
"Então, se estiver tudo bem pra você, nós gostaríamos que você o substituisse"






 
 
 
 
"O trabalho é bem simples.

"Tudo o que você tem a fazer é apresentar à ela o experimento

"E salientar os seguintes pontos:"


 

 
 
 
 
 
 
 
1) "O experimento é muito legal" 








 
 
 
 
2) "Eu me diverti muito"








 
 
 
 
 
 
 
 
3) "O tempo todo foi muito interessante"












4) "Foi emocionante"








 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Para este serviço, você receberá:

Grupo A - $20
Grupo B - $1"





 
 
 
 
 
Lembre-se que as tarefas são deliberadamente monótonas e sem sentido.






 
 
 
 
 
 
 
Portanto, o pesquisador está pedindo que

VOCÊ MINTA




 



 
 
 
Portanto, quanto vale a sua integridade?




"Se não for certo, não o faça
Se não for verdade, não o diga"

 


 
 
 
 
 
Você sabe muito bem que o experimento é extremamente estúpido.





 
 
 
 
 
 
 
E aqui está você dizendo exatamente o oposto.








 
 
 
 
 
 
 
Suponha que você tenha sorte de estar no grupo que receberá os $20.








 
 
 
 
 
Certamente, isso seria uma justificativa mais do que suficiente pra dizer uma mentirinha, não é?








 
 
 
SIM!








 
 

 
 
 
 
Por isso, o Grupo A também apresentou baixas notas dadas às tarefas.











 
 
Mas, e quanto ao grupo de 1 dólar?









 
 
 
Como você racionaliza esta mentira descarada por um único dólar?




 



 
 
 
 
SIMPLES.



  





 
 
 
 
 
 
 
 
Você acredita nessa mentira!








 
 
 
 
 
 
 
Quando há justificativas insuficientes para contar uma mentira...







 
 
 
 
 
 
... nossa tendência natural é convencer a nós mesmos que deve ser verdade.







 
 
 
 
 
 
Mesmo quando a realidade está escancarada em nossa face.






 
 
 
 
 
 
 
Por isso os que creem são frequentemente encorajados a prestar testemunho de suas crenças






 
 
 
 
A influência de informações transforma a pressão do grupo em conformidade pública.







 
 
 
 
Que se auto-alimenta para criar mais pressão de grupo.







 
 
 
 
Enquanto isso, a justificativa insuficiente gradualmente converte tudo em uma crença genuína.






 
 
 
 
 
 
 
 
Portanto, os testemunhos espirituais são o resultado de Deus fazendo milagres em nossas almas?









 
 
 
Ou simples manifestações de nossa própria fraude?













Diga o que você realmente pensa.

E pense da forma que você diz.




 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faça isso a fim de que você não caia em suas próprias mentiras.







 
 
 
 
 
Referência:
Festinger, L. e Carlsmith, J.M. (1959) "Cognitive consequences of forced compliance", Journal of Abnormal and Social Psychology, 58, 203-210.


2 comentários:

  1. Caro DB gostaria de fazer-lhe uma pergunta: quando você conversou com seu bispo a respeito de todas as informações que tinha obtido da história da igreja SUD relatando suas incoerências e preconceitos, como ele(o bispo) reagiu? (ele já sabia ou ficou em choque, porque de certa forma acredito que os líderes do alto escalão mórmon saibam da verdade, e confesso que isso me assusta, mas ao dizer a verdade para um líder local como este se comportou?)
    abraços

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  2. Olá, desculpe a demora para responder.

    Foi bastante complicado devido a muitos fatores que tornavam a ocasião em que eu falei e abri o jogo complexa. Eu era secretário do bispo, muito próximo dele, e ele me conhece a anos.

    Foi numa entrevista comum que ele me perguntou como estavam meus preparativos para a missão e o que eu achava de já ir me preparando para mandar os papéis. Então eu comecei falando, primeiro em tom amigável, alguns problemas e dúvidas que eu achava que poderiam não me qualificar para ir a missão. O resto foi se seguindo. Contei tudo o que veio a minha memória. Saímos da capela já perto das 11h da noite. Nem percebi e a entrevista tinha durado mais de 3 horas.

    Eu pude ver que no começo ele tentou rebater algumas coisas, mas depois simplesmente desistiu e ficou só ouvindo com uma cara de desamparo. Sofrimento real mesmo. Acho que existe sim esse elemento de ao mesmo tempo se saber de algumas coisas e fingir que elas não existem. Digo, para mim ele é sincero em sua crença, mas é uma sinceridade que custa o não olhar e o não procurar a fundo com medo de achar algo que não goste.

    Ele sabia e compreendia, por exemplo, poligamia e racismo. E quando eu dizia que isso era inexplicável ele dizia que o Senhor devia ter alguma explicação. A mesma coisa com quando eu comecei a falar sobre o Livro de Mórmon e sobre os problemas todos. Ele sabia que existiam os problemas, mas só deixava que a fé falasse mais alto.

    Ele se controlou e tentou me acalmar, dizendo que tudo isso ficaria bem, que eu era apenas muito estudioso e inteligente, e que o Senhor teria certamente uma resposta a todos os meus questionamentos. Falou também que a ciência não pode entender tudo, que certamente algumas das coisas que eu falei não são tão certas quanto eu disse que elas são, que devia ter cuidado com as fontes em que eu lia as coisas, etc.

    A reação foi um misto de choque real com tristeza e estupefação. Ele nunca poderia imaginar que eu pensasse as coisas que eu havia dito. Quero dizer, eu estava o tempo todo ao lado dele mesmo sabendo de tudo isso e vendo todos esses problemas.

    Depois dessa conversa, tivemos mais algumas, e se seguiu o meu afastamento da igreja. Ele nunca mais me procurou ou tentou tocar no assunto (vi ele várias vezes fora da igreja). Acho que ele ficou com alguma espécie de medo de mim pelas coisas que eu sabia.

    um abraço

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