Mesmo quando o papiro original ainda não havia sido descoberto, Lythgoe fez sua avaliação e notou problemas com certos aspectos do Facsímile. Por exemplo, Lythgoe salientou que o que Joseph interpretara como um sacerdote corrupto tentando sacrificar Abraão era, de fato, Anúbis:
"... O deus Anúbis, curvado sobre a múmia, está representado como um humano normal e com uma cabeça estranhamente não-egípcia, ao invés da cabeça de um chacal. E uma faca desenhada na mão desse deus". (The New York Times Magazine, dezembro, 1912).
Isto ecoou das observações de Deveria meio século antes, que também observou que, para o pássaro do Facsímile n º 1 representar corretamente a alma de Osíris, "deveria ter uma cabeça humana."
De acordo com as declarações feitas por Richard A. Parker, professor de Egiptologia e presidente do Departamento de Egiptologia da Brown University, no Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Vol. 3, no. 2, Summer 1968, p. 86, lemos:
"Este é um cenário bem conhecido dos mistérios de Osíris, com Anubis, o deus com cabeça de chacal, na esquerda, ministrando o morto Osiris no esquife. A restauração à lápis está incorreta. Anúbis deveria ter a cabeça de chacal.
“O braço esquerdo de Osíris está, na realidade ao seu lado. A aparente mão erguida é parte da asa de um pássaro que segundo está pairando sobre o falo ereto de Osíris (parte rasgada).
“O segundo pássaro é Isis e ela está magicamente grávida de Osiris morto e depois dá à luz a Hórus, que vinga o pai e assume a sua herança. O pássaro completo representa Néftis, irmã de Osíris e Ísis.
“Sob o caixão estão os quatro vasos canópicos com cabeças representativas dos quatro filhos de Hórus: Imseti com cabeça humana, Hapy com cabeça de babuíno, Duanutef com cabeça de chacal e Kebehsenuf com cabeça de falcão. Os hieróglifos referem-se ao enterro, etc ...."
As declarações feitas por Klaus Baer, professor adjunto de egiptologia no University of Chicago's Oriental Institute in the Dialogue: A Journal of Mormon Thought, Autumn 1968, pp. 118-119 :
"A vinheta no papiro de JS I é raro, mas existem paralelos nas paredes do templo Ptolemaico do Egito, sendo a mais próxima das cenas nas capelas de Osiris, no telhado do templo de Dendera.
“A vinheta mostra a ressurreição de Osiris (que é também o falecido proprietário do papiro) e a concepção de Hórus. Osiris (2) é representado como um homem em um sofá-leão (4) recebido por Anubis (3), o deus com cabeça de chacal, que garantia a ressurreição e a existência no futuro dos mortos e embalsamados.
“Abaixo do sofá estão os vasos canópicos para os órgãos internos embalsamados. As tampas são os quatro filhos de Hórus, da esquerda para a direita Imset (8), Hapi (7), Qebeh senuwef- (6), e Duwa-mutef (5), que protegem o fígado, pulmões, intestinos e estômago, respectivamente. Na cabeça do sofá há uma pequena mesa para oferendas (10) com um jarro e algumas flores sobre ela e dois vasos maiores ao lado. A alma de Osíris (1) está pairando sobre sua cabeça.
“As versões do mito de Osíris diferem ao dizer como Seth eliminou Osiris após assassiná-lo, mas acreditava-se que Osiris fora cortado em pequenos pedaços, que se espalharam pelo Nilo, incubindo à Isis a tarefa de pescar para e montar os pedaços de seu irmão e marido, para que ele pudesse ser ressuscitado e gerar Hórus. Assim, ela foi ajudada por Hórus em forma de um crocodilo, que é representado na água (os zigue-zagues) abaixo da vinheta (9). Abaixo há um padrão decorativo derivado da fachada de um palácio egípcio.
“Existem alguns problemas sobre como restaurar as partes perdidas do corpo de Osíris. Ele estava quase certamente representado mostrando o pênis ereto, pronto para gerar Hórus, como em muitas outras cenas em Dendera.
"Não conheço nenhuma representações de Osiris em um sofá com as duas mãos na frente de seu rosto. Seria de esperar que apenas uma mão estivesse na frente do rosto, enquanto a outra estivesse ou por baixo do corpo (impossível no P. JS I) ou segurando seu falo. E seria difícil evitar a sugestão do professor Richard A. Parker que, o que se parece ser a mão elevada de Osíris é realmente a representação da asa de Isis como um falcão, pairando no ato da cópula".
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