Um dos meus Hinos favoritos é o de número 171, cujo nome é “A Verdade O Que É?”. Na letra de sua música lê-se o seguinte:

A verdade o que é? É o supremo dom que é dado ao mortal desejar, procurai no abismo na treva e na luz, nas montanhas e vales o seu claro som, e grandeza ireis contemplar!

A verdade o que é? É o começo e fim, para ela limites não há, pois que tudo se acabe, a terra e o céu, sempre resta a verdade que é luz para mim, dom supremo da vida será!”

Faço um convite a todos que desejarem ler e participar deste blog: busquemos a verdade, onde quer que ela estiver.

Críticas, comentários e sugestões serão muito bem-vindos, desde que haja o devido respeito. Estou disponível para esclarecer quaisquer dúvidas que meus posts e/ou minhas traduções possam vir a suscitar.

Para quem desejar debater, conversar e tirar dúvidas, este é o e-mail do blog: averdadesud@hotmail.com.


sábado, 23 de outubro de 2010

A Ilusão da Certeza



O mormonismo, assim como várias outras seitas, concede ao membro uma reconfortante ilusão de certeza. O membro passa a ter segurança dentro do grupo e sensação de paz. O que o ajuda a viver neste mundo de dores e dúvidas.

Na Igreja SUD, a certeza, e não a fé, é requerida. Seria muito constrangedor para alguém subir ao púlpito e declarar coisas como: “Eu acredito em Cristo” ou “eu tenho fé que esta é a igreja de Deus na Terra”. Ter fé não é o bastante, o “saber” e o “conhecer” são essenciais dentro do mormonismo.

Talvez ao declararem todos os meses nas reuniões de testemunho que sabem que a igreja é “verdadeira”, que sabem que Jesus é o Cristo, que sabem que Joseph foi um profeta, os membros da Igreja SUD não percebam que estão apenas propagando uma ilusão.

Quando foi que Cristo disse que precisávamos “saber” ou ter “certeza” que ele era o Messias? Jesus sempre ensinou o princípio da fé, ele queria que crêssemos nele.

Os membros SUD podem não perceber, mas, quando afirmam que sabem de algo, estão destruindo o princípio da fé, declarando que não mais a possuem.

Fé é crer sem saber, acreditar sem ter certeza. Isso é o que faz da fé um princípio louvável. Não preciso ter “certeza” que Cristo morreu e ressuscitou, apenas fé. A fé nasce através da dúvida.


Que galardão alguém teria por seguir a Cristo porque o “conhece” ou poque tem “certeza” de sua existência? É muito fácil seguir alguém pela “certeza”, difícil é cultivar a fé.

Cristo uma vez disse que os bem-aventurados são os que creem ser ver. Ele estava ensinando o princípio da fé. Não preciso presenciar um milagre para crer nele, preciso ter fé.

Saber e acreditar são coisas bem diferentes e, mesmo assim, milhares de membros SUD afirmam saber que Joseph foi um profeta de Deus e que sua igreja é a única correta. Usando desses artifícios a igreja consegue adeptos que estão dispostos a tudo, pois eles tem “certeza”.

É da natureza humana buscar a certeza, mas, o ser humano está fadado à duvida. Não podemos ter certeza sobre nada. Não sabemos nem se viveremos até amanhã. Como podemos então ousar dizer que sabemos ser algo verdadeiro? Como podemos ter a audácia de declarar conhecimento sobre coisas incertas?

A tendência da “certeza” já causou sérios problemas ao mundo. Quanto mais certeza uma pessoa possui de que suas ideias são “verdadeiras”, mais radical e menos tolerante ela tende a se tornar.

O espírito da liberdade e tolerância nada mais é do que o respeito genuíno pelos valores e opiniões dos outros. Mas como um SUD pode ter esse tipo de respeito quando creem que eles estão errados, e que somente os seus valores e padrões estão corretos?

A ilusão de que somente o mormonismo é verdadeiro e que somente ele poderá garantir sua entrada no céu é um mecanismo de controle que dá poderes ilimitados aos que se apresentam como “líderes”, que ainda tomam para si a glória de terem sido “eleitos” ou “chamados” por Deus.

Os crentes e os convictos, mais do que os que tem dúvidas, tem causado os maiores problemas no mundo. Quanto mais certeza uma pessoa tem, mais suscetível ela fica a ser manipulada e apresentar um comportamento radical.

No mundo da “certeza”, a organização deve sobreviver e crescer a qualquer custo. A causa no qual o indivíduo está engajado se torna digna de sua vida, ou da vida outros.

Tomemos como exemplo o atentado ao World Trade Center. Será que aqueles homens-bomba pilotavam com dúvidas? O pensamento deles estava ancorado na certeza. Ele estava fixo nas virgens e na glória que receberiam de Alá quando chegassem ao paraíso. Por causa disso eles morreram convictos, levando consigo centenas de pessoas inocentes, vítimas da certeza que eles possuíam.

Apesar de as pessoas possuidoras de certezas terem causado os maiores problemas no mundo, os que duvidam e questionam, ironicamente, sempre sofreram com o sentimento de culpa.

Imaginemos como se sentiram os católicos que não criam que os hereges merecessem morrer queimados na Idade Média, ou que não acreditassem no valor das Crusadas contra os muçulmanos.
Ou como se sentiram os jovens japoneses que não acreditavam no fascismo e negaram a tornarem-se pilotos kamikase. Ou talvez como se sentiram alguns alemães que não conseguiam crer em Hitler e sua propaganda nazista. Provavelmente todos eles tiveram medo e vergonha de demonstrar seus pensamentos.

E, ao contrário deles, seus irmãos e compatriotas que criam nessas coisas e “sabiam” que estavam certos pensavam que contribuíam para uma grande causa, não sentindo culpa nem remorso.


Jesus disse a seus seguidores para viverem pela fé. Fé não é certeza, ela inclui o elemento da dúvida. Mas os fariseus não precisavam de fé, eles tinham certeza. Eles tinham certeza que estavam agradando a Deus quando incitaram a multidão para matar Cristo. Ou será que eles correriam o risco de matar o filho de Deus caso tivessem alguma dúvida? Jesus foi morto pela certeza e suas consequências naturais: orgulho, intolerância e radicalismo.


E mesmo com tudo isso, ainda ouvimos mórmons declarando que sabem sem sombra de dúvida sobre x, y e z. Escutamos testemunhos nas capelas, ou mesmo na internet, de pequenos deuses arrogantes travestidos de cristãos. Pensam que a sua “certeza” pode convencer os outros, ou que suas convicções são a verdade absoluta.

Fé e conhecimento não são nada parecidos, como alguns podem achar. Ou uma pessoa sabe de uma coisa, ou ela exerce fé. 

Um comentário:

  1. Claramente esse blog é um objeto de difamação anti-mórmon. Se fossem pessoas bem intencionadas, iriam colocar também as evidências a favor dessa religião. Porque não colocam? óbvio, são tendenciosos.

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