Um dos meus Hinos favoritos é o de número 171, cujo nome é “A Verdade O Que É?”. Na letra de sua música lê-se o seguinte:

A verdade o que é? É o supremo dom que é dado ao mortal desejar, procurai no abismo na treva e na luz, nas montanhas e vales o seu claro som, e grandeza ireis contemplar!

A verdade o que é? É o começo e fim, para ela limites não há, pois que tudo se acabe, a terra e o céu, sempre resta a verdade que é luz para mim, dom supremo da vida será!”

Faço um convite a todos que desejarem ler e participar deste blog: busquemos a verdade, onde quer que ela estiver.

Críticas, comentários e sugestões serão muito bem-vindos, desde que haja o devido respeito. Estou disponível para esclarecer quaisquer dúvidas que meus posts e/ou minhas traduções possam vir a suscitar.

Para quem desejar debater, conversar e tirar dúvidas, este é o e-mail do blog: averdadesud@hotmail.com.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A Família Mórmon - Um Instrumento de Dominação



Dentro do mormonismo, a família é extremamente valorizada, a igreja se esforça muito para manter os laços familiares, e, dentro do possível, fortalecê-los.  

Mesmo que pareça louvável, essa política familiar mórmon contribui para o aumento do poder da igreja sobre os indivíduos.

Igreja e família muitas vezes se confundem, a igreja não pode existir sem as famílias, e, geralmente a família também não pode viver sem a igreja. Ambas estão conectadas em uma rede social elaborada e complexa. Assim, a religião, que deveria ser, acima de tudo, uma questão individual, se torna em grande medida uma questão de família.

Desde pequenos os membros da Igreja SUD compartilham a crença de que suas famílias podem ficar unidas para sempre, que podem viver juntos para toda a eternidade. Isso cria um forte elo entre a igreja e a família.

As ordenanças no templo também visam a família: batismo pelos mortos, investiduras e selamentos reforçam a ideia de que a igreja e a família tem o mesmo propósito. Pais também são encorajados a “guiar” seus filhos no “evangelho verdadeiro”.

Por causa disso, a igreja influencia a família, que exerce sua influência sobre seus membros. Essa forma de dominação pode ser muitas vezes imperceptível, até chegar o momento de ser posta em prática.

Muitos mórmons que perdem sua fé na igreja ainda permanecem ligados a ela por causa de sua família. Deixar a igreja pode significar o fim dos laços familiares que foram construídos durante toda a sua vida.

Grande parte da identidade, da percepção de realidade e expectativas estão ligadas a família, que por sua vez está fortemente ancorada na igreja.

Um homem forte pode enfrentar qualquer inimigo, até mesmo a morte. Mas ele jamais suportará ver sua mãe, seus avós e outros familiares queridos chorando por ele. Uma mãe falando com lagrimas em seus olhos coisas como: “filho, pague seu dízimo, vá a igreja, não deixe de ir ao templo, nossa família precisa permanecer unida no céu” tem um poder quase que sobre-humano sobre qualquer pessoa. A família se torna, indiretamente, uma arma nas mãos da igreja.

Talvez seja isto que Cristo queria dizer quando afirmou que veio para dividir as famílias, talvez a verdade divida as pessoas. É muito difícil transpor as barreiras do etnocentrismo criadas pela igreja em conjunto com a família.

A liberdade religiosa que a constituição de nosso país garante pode se tornar uma utopia nessa situação. As chantagens emocionais que os mórmons sofrem tolhem de maneira significativa a liberdade de escolha quanto à religião.

O medo de ficar sozinho, de perder seu lugar no céu, de ser rejeitado pelos amigos e familiares e ser incompreendido faz parte da realidade daqueles que perdem sua fé. Opiniões divergentes não são bem-vindas dentro de um contexto no qual toda a família foi ensinada a pensar da mesma maneira, buscar exatamente os mesmos objetivos e seguir os mesmos líderes e livros sagrados.

Somos fortemente moldados pelas nossas relações, interagimos com o mundo principalmente através de nossa família e amigos. A igreja sabe muito bem disso. Por que será que é aconselhado aos membros buscarem amizades dentro da igreja? Por que será que desde crianças somos ensinados a ter um padrão de comportamento dentro da igreja?

Se uma criança for doutrinada corretamente, se torna quase impossível o rompimento com sua fé. Acrescente a isso amigos e familiares que compartilham as mesmas crenças e haverá uma grande extinção de individualidade e dos pensamentos próprios em favor da crença do grupo.

Pensando assim podemos inferir que por melhores que sejam as intenções dos pais e professores, eles estão indiretamente contribuindo para uma forma de abuso infantil, que irá se refletir durante toda a vida do indivíduo. O que aprendemos na infância é geralmente o que levaremos para a vida adulta.

É improvável que algum dia uma pessoa doutrinada no mormonismo chegue a questionar o que ela aprendeu na infância, pois ela viu seus pais, avós e professores testemunhando sobre a verdade do Livro de Mórmon e sobre Joseph Smith. Que motivos ela teria para achar que as pessoas que ela mais ama estariam mentindo?

A mente de um mórmon “nascido” na igreja é totalmente diferente da de um converso. Para uma pessoa que viveu sua infância e adolescência no mormonismo é quase impossível o desligamento da igreja. A razão para isso é simples: para ela não há identidade fora do mormonismo, não existe vida fora de suas verdades e convicções.

Um converso talvez saiba como ele era antes de entrar no mormonismo, mas e a pessoa que “nasceu” na igreja? Um dos piores sentimentos é o de descobrir que talvez você não seja você mesmo, que sua visão de mundo tenha sido determinada pelo mormonismo. Um mórmon criado dentro da igreja não possui identidade fora do mormonismo ou fora de sua família.

Claro que existem vários motivos para a igreja ensinar e se preocupar tanto com a família, muitos deles inclusive nobres, mas o dano que a doutrinação imposta pela família pode causar nos indivíduos é enorme.

Talvez nosso amor pela verdade e pelo livre-pensar não sejam maiores do que o amor pela família. Muitos membros se negam a enxergar a verdade por causa da influencia familiar. Não há uma solução para o problema da família e da igreja. As famílias são, infelizmente, um grande instrumento de dominação dentro do mormonismo.


9 comentários:

  1. As minhas crianças mormons aprendem sobre os católicos, sobre os batistas, sobre os pentecostais, sobre os espíritas e podem e visitam qualquer religião tantas vezes quanto quiserem e por isso mesmo têm uma visão altamente crítica do mundo em seu entorno, sabem assim discernir entre o que querem e o que não querem.

    ResponderExcluir
  2. Temo que pessoas como você mais "abertas", que deixam seus filhos conhecerem o mundo, sejam a excessão, não a regra.

    Eu sei disso, porque dentro da minha família é assim - todas as religiões são apóstatas, erradas, e sem sentido.

    Mas parabéns por deixar seus filhos aprenderem e visitarem outras religiões. É desse tipo de pessoas que a igreja precisa.

    ResponderExcluir
  3. Não concordo, nasci na igreja e alem e saber que a influencia das familias é grande, eu sei também que é assim que um ajuda o outro a se manter firme no evangelho, nunca fui obrigada a nadaa e sei muito bem usar o meu livre arbitrio, acho que o que vc esta fazendo com este post é exatamente o que diz que a igreja faz, manipular ... o que sera que realmente é verdade?

    ResponderExcluir
  4. Olha, caro Anônimo, se você pudesse me dizer onde e qual informação eu estou "manipulando" seria útil, sabe. Não adianta nada querer discutir ou discordar de alguém se você não tem argumentos para isso.

    Quanto ao que você disse, que a família "ajuda o outro a se manter no evangelho": concordo plenamente. Aí está a influência e a forma de dominação que o indivíduo sofre. Você não irá perceber porque está "dentro" desse impasse, entretanto, para quem olha de fora, é ridiculamente nítido o controle exercido pela família nessas situações.

    ResponderExcluir
  5. Caro DB, obrigada pela eloquente explanação.
    Estou me aprofundando nos estudos dos SUD por causa de uma amigo, que é SUD e que está saindo de um verdadeiro inferno de manipulação. Ele foi tratado pela esposa (agora ex) pior do que se trata um cachorro e aceitava tudo sem questionar, tamanha a cegueira dele e tudo para não perder a tal família na eternidade.
    Eu vi esse homem, depois de sofrer abusos emocionais fortíssimos, chorar diante das palavras de um membro da SUD que evocaram dele a posição de manter a família a qualquer custo, aguentando todo e qualquer abuso emocional, toda e qualquer manipulação da esposa(essa tida como virtuosa e outros termos específicos dados às mulheres SUD, apesar dos absurdos que cometia e nem fazia mais questão de disfarçar!
    As palavras para isso são: lavagem cerebral, histeria coletiva, abuso emocional, etc...
    Meu amigo, agora que está longe dessas pessoas, parece estar caindo em si. O nível de manipulação dessa doutrina é tão grande que chegamos a atribuir a cegueira dele a algum trabalho espírita que ela poderia ter encomendado (sério mesmo), mas, estudando seu blog vejo que não foi isso, o que ela e a família dela usaram foi essa doutrina mais que abusiva e manipuladora.
    Obrigada por seu trabalho!

    ResponderExcluir
  6. Sou Mórmon a treze anos, e possuo um poderoso e transcendental testemunho dessa obra. Respeito seu trabalho DB, e como parte de nossa doutrina é ensinado o respeito pela crença, opinião, e porque não objeção alheia. Me sinto seguro no que acredito, e em nada vejo teus comentários ou informações me abalarem. Também pesquiso muito, e grande parte de seu acervo científico já tive contato em algum momento de minhas pesquisas. Mas reconheço que como um jardim bem cuidado, devem ter sido empregadas neste esforço muitas horas em pesquisas.

    Também sou casado no templo a 7 anos. E gostaria de dizer que em minha cabeça, e na opinião de minha esposa, a igreja e nossa família são distintas. Agradeço muito a igreja pelo ensinamento familiar, pois a família não é só a principal unidade da igreja, como o é também para a sociedade.

    Também creio que em outras família (conversos ou não)deslizes podem acontecer em relação a tradições, depende muita da liderança familiar, e não necessariamente das regras da igreja e sua organização.

    Corroborando com o parágrafo anterior, deslizes são também cometidos por parte de pessoas que abraçam ou tentam abraçar a fé Mórmon. Mas se tal indivíduo ou grupo exagerar ou fraquejar em algum quesito, que seja atribuído ao grupo ou ao homem seu erro. Se ficou nervoso, transtornado, com medo, etc. Geralmente estes são sentimentos que acompanham a insegurança de decidir o que não se sabe ao certo se quer; não há "lavagem cerebral" quando o indivíduo sabe dizer não, e dizer não se aprende em casa, no lar, ou talvez em uma família. (Respeitando que cada caso tem suas peculiaridades e contextos)

    E retomando como princípio a família, quem não gosta de ser amado, ou de amar, ou de ter atenção, ou carinho, ou de cuidar, de doar, de criar, de ser leal, de errar e ter quem o corrija, de lembrar de seu aniversário, de se ter uma referência quando tudo desabar, ou quando os erros o levarem à confusão, de ter alguém segurando a sua mão em seu leito de morte? Ter uma família hoje, uma família moralmente saudável, é uma tarefa um tanto quanto desafiadora, para um mundo que inverteu seus valores. Portanto, o trabalho sud em relação as famílias é de um modo não só louvável como esmerado; e na luta da consciência quanto ao espaço de onde é família e de onde é igreja, parte da educação e elucidação familiar daqueles que a compõem.

    Jamais abandonaria meus filhos caso eles escolham ser gays no futuro, não os abandonaria se fossem criminosos, não os abandonaria, nem os julgarias como em uma sentença final. Pois o conhecedor de todas as coisas é Eloim, e não eu. Posso julgá-los hoje, e ser eu réu de pecado ainda maior amanhã. Se ficaremos juntos para sempre ou não, cabe a Eloim nos julgar. Mas para mim, a família sud não é um feldo intelectual forjado por seu "pretenso profeta", mas sim sua essência; assim como o é de uma sociedade científica, filosófica e moral.

    ResponderExcluir
  7. Pesquisas tanto e ainda não pesquisaste a vida desse estafador chamado Joseph Smith?

    ResponderExcluir
  8. Wó uma pergunta, essa religião, prega o amor de Jesus tambem?, e que pra ser salvo é preciso aceitar a Jesus Cristo como Seu salvador, e eles acreditam que Jesus morreu pra nos salvar?

    ResponderExcluir
  9. e verdade já li em outro site uma matéria que fala de irmãs que eram casadas mais mantinha relação com outros irmãos da igreja.. no que estudo fiz sobre a igreja só sabia que homens podiam ter varias mulheres..

    ResponderExcluir