Um dos meus Hinos favoritos é o de número 171, cujo nome é “A Verdade O Que É?”. Na letra de sua música lê-se o seguinte:

A verdade o que é? É o supremo dom que é dado ao mortal desejar, procurai no abismo na treva e na luz, nas montanhas e vales o seu claro som, e grandeza ireis contemplar!

A verdade o que é? É o começo e fim, para ela limites não há, pois que tudo se acabe, a terra e o céu, sempre resta a verdade que é luz para mim, dom supremo da vida será!”

Faço um convite a todos que desejarem ler e participar deste blog: busquemos a verdade, onde quer que ela estiver.

Críticas, comentários e sugestões serão muito bem-vindos, desde que haja o devido respeito. Estou disponível para esclarecer quaisquer dúvidas que meus posts e/ou minhas traduções possam vir a suscitar.

Para quem desejar debater, conversar e tirar dúvidas, este é o e-mail do blog: averdadesud@hotmail.com.


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Etnocentrismo Mórmon: Um Delírio

(Texto por DB)

Uma das ilusões da Igreja Sud que é compartilhada por muitas outras igrejas é o etnocentrismo. O etnocentrismo é a certeza absoluta de que a religião de uma pessoa, sua ideologia, tradições, raça, língua ou nação são especiais aos olhos de Deus, e que todas as outras culturas não são somente diferentes, mas sim erradas, portanto, carentes de conversão. (Para mais informações sobre o etnocentrismo clique aqui).

Um bom exemplo de etnocentrismo são os judeus que se consideram “o povo escolhido”. Outro exemplo é o de protestantes que se intitulam “os eleitos” de Deus predestinados à salvação. Muçulmanos também afirmam ser os “mensageiros de Alá”.

Nós, mórmons, também cremos ser os “eleitos” ou “escolhidos”. Cremos ser a linhagem especial da Casa de Israel, os instrumentos do Senhor para a conversão de nossos irmãos que não conhecem a “verdade”. Caímos no mesmo erro ao afirmar que nosso evangelho é o “correto” ou que nossa igreja é “a única verdadeira na face da Terra” e que as outras são “erradas” e “apóstatas”.

Essa linha de pensamento teve início com Joseph Smith, que afirmou que Jesus Cristo o havia informado que todas as igrejas estavam “erradas”, seus credos eram “uma abominação a sua vista” e todos os seus ministros eram “corruptos” (conforme a PGV). Mas será mesmo que isso era verdade? Será que Cristo diria algo assim dessas pessoas?

Imaginemos os EUA no séc. XIX. Era a época em que muitas religiões estavam nascendo, muitas ideologias surgindo, muitas pessoas buscando a Deus da maneira como acreditavam ser correta.

Havia muitos pastores e ministros religiosos sinceros e dedicados em 1820, assim como há hoje em dia. Muitos deles ajudavam os pobres, cuidavam dos doentes, e davam ânimo às pessoas que precisavam de coragem. Eles conduziam funerais, faziam casamentos e ensinavam bons padrões morais. A maioria deles estava procurando a Deus com um coração sincero.

Faria então algum sentido Jesus Cristo dizer a Joseph que todos eles estavam errados ou que todos o procuravam somente com os lábios? Sinceramente, não consigo conceber essas palavras saindo da boca de Cristo.

Essas palavras supostamente ditas por Cristo na Primeira Visão ajudaram, e ainda ajudam, a criar um clima de intolerância, ódio e perseguição. É característico das seitas criar um clima de “nós contra eles” e “eles estão errados” quando se trata das pessoas de fora do grupo. Mas será que Cristo faria isso?

Cada grupo etnocêntrico manifesta suas características únicas e suas diferenças para poderem manter suas identidades e sobrevivência. Cada um constrói muros contra as pessoas de fora ou estranhos ao grupo. O etnocentrismo ajuda a criar barreiras para manter do lado de fora aqueles que são diferentes.

As pessoas que são pegas pela ilusão de serem melhores e especiais normalmente refletem isso em suas religiões. Elas se tornam mais católicas, mais muçulmanas, mais protestantes, mais judias, ou mesmo mais mórmons. Essa ilusão aflora o seu radicalismo.

Mas será que todas essas divisões realmente agradam a Deus? Será mesmo que o mundo se torna um lugar melhor com tantas divisões, com tanto extremismo por parte desses grupos etnocêntricos?

Um bom exemplo para ilustrar esse princípio é a Parábola do Bom Samaritano. Três homens passaram e viram o homem sofrendo caído ao chão. Qual deles parou? O que deixou de lado as barreiras do ódio étnico existentes. Os outros radicais, os tidos como “eleitos” de Deus, passaram por aquele homem quando ele necessitava de ajuda e nada fizeram. Jesus então condenou a atitude dos sacerdotes e elogiou o samaritano humanista. (Vide Lucas cap. 10)

Mas será que o etnocentrismo, essa ilusão social, possui alguma lógica? Será justo Deus julgar uma pessoa por ela acreditar nisso ou naquilo, por ela comer isso ou aquilo, por ela adorar no Sábado ou no Domingo, ou por orar com um chapéu na cabeça ou não, quando todas essas coisas são majoritariamente determinadas pelas raízes culturais dessa pessoa?

Por que será que quase todos os árabes são muçulmanos? Por que será que a maioria dos Italianos são católicos? E por que será que a maioria dos habitantes de Utah são mórmons? Simples: A maioria das pessoas que nasce em uma religião tem uma forte tendência a permanecer nela pelo resto de suas vidas. Será que isso significa que elas serão exaltadas ou condenadas por Deus? Serão elas julgadas pelas suas raízes culturais terrenas?

As parábolas de Cristo claramente ensinam que as pessoas serão medidas pelo seu amor e generosidade de espírito, não pelo seu sistema de crenças. Será que o samaritano da parábola foi lançado no inferno porque ele não possuía a doutrina “verdadeira”? Isso não seria justo nem lógico.

Será que é fácil para um muçulmano não entrar numa mesquita, esquecer o Alcorão, o Ramadã, ou mesmo o véu? Da mesma forma não é fácil para nenhum mórmon escapar das muralhas do seu etnocentrismo, principalmente aquelas pessoas que “nasceram” dentro da igreja.

Talvez não haja nada totalmente “verdadeiro”. Essa visão de mundo que os membros SUD adquirem não os faz pessoas melhores. Eles tendem a rotular todas as coisas com sua visão de verdadeiro/falso ou certo/errado.

Será que Deus, com mais de 6 bilhões de pessoas habitando nesse planeta, escolheria revelar sua “plenitude da verdade” à apenas uma parte ínfima de seus filhos? Onde estaria o amor dessa entidade divina?

Precisamos parar com esta paranoia de que “os outros precisam da verdade” ou “os outros estão errados”. Tudo que essa linha de pensamento gera é arrogância, orgulho e pretensão pela parte dos membros SUD.

Mas, afinal, não são eles os espíritos eleitos para a grande e última dispensação? Não são eles as melhores pessoas por estarem vivendo a plenitude do evangelho? Não serão eles os exaltados por fazerem ordenanças no templo? Não são eles os únicos com o poder de Deus na Terra?

Ora, a igreja sabe o quanto seus membros gostam de ouvir essas palavras lisonjeiras. Desde muito cedo ela destila esse veneno na mente de seus membros. Nada melhor do que se sentir querido, útil e especial – ainda mais aos olhos de Deus.

Irmãos, já passou pela cabeça de vocês que nós podemos não ser os “eleitos” nem os “escolhidos”, e sim marionetes usados por uma organização fraudulenta? Ou talvez os “eleitos” e “escolhidos” para financiar essa organização e suas ambições?


3 comentários:

  1. Nao sei nem o que comentar, ao certo.

    A maioria dos mormons são assim, infelizmente!

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  2. Parabéns pelo seu artigo: a verdade é relativa. Como dizia Auguste Comte: " Tudo é relativo: eis o único princípio absoluto".

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  3. TESTEMUNHO:

    Certo dia encontrei-me com três livros de mórmon nas minhas mãos. Ambos tinham a mesma capa azul escura com letras doiradas. O interior pareceu-me ser exactamente igual ao original Livro de Mórmon que eu sempre conheci. No entanto, depois de me apontarem para determinadas escrituras no mesmo livro, vi claramente com os meus próprios olhos que as doutrinas dos três livros de mórmon eram astuciosamente diferentes, de forma ininterpretável à primeira vista, assim levando-me a ver que os três livros de aparência absolutamente iguais, eram na realidade minuciosamente diferentes. De aparência, ambos tinham as mesmas rubricas e os mesmos autores, o mesmo prefácio e as mesmas testemunhas. E apesar do relato da sua história ser o mesmo, algumas das suas doutrinas religiosas eram francamente opostas. O que me levou a ter que orar sobre estes três livros e chegar à conclusão inevitável, trágica, e terrível, que, afinal, o meu testemunho acerca da veracidade da igreja era apenas a manifestação do meu amor profundo pela igreja, mas não uma revelação da verdade da igreja sobre o meu coração. Era, portanto, um sentimento meu. E não uma acção que vem de fora de mim para dentro de mim, como supostamente deve ser uma revelação por intermédio do Espírito Santo.

    E isto digo que nenhum homem no seu estado normal, no seu estado puro, sem qualquer influência doutrinária, pode ter três, quatro, dez, cem, ou mil livros de mórmon nas mãos e receber um testemunho sobre qual deles é o verdadeiro, até porque nenhum deles pode ser o verdadeiro.

    Repito: Colocai três ou mais livros de mórmon à vossa frente que ambos sejam minuciosamente diferentes, e nenhum espírito vos testeficará qual deles é o verdadeiro, a não ser que o compareis com o original, assim adulterando o teste ao vosso testemunho, e assim provando que mais amais a mentira que a verdade.

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